TOP 10 | O Melhor de 2017 (sem super-heróis)
Depois de quase 3 meses parado
finalmente algo para esse blog. Já cheguei a comentar na page, mas reforço
aqui: Estou em replanejamento sobre o blog, então qualquer tipo de sugestão e
feedback para o blog é extremamente útil, seja sobre novos tipos de artigos
(como esse de agora) ou algum tema para se comentar, é tudo bem vindo. Deixando
de lado isso, vamos para o top então.
Desde já, deixar claro o que já
está no título: Nada de super-heróis.
“Ah, mas tá menosprezando o gênero?”
Não, não tô, ao contrário, sou
mega fan de filmes desse tipo, mas a verdade que hora ou outra todo mundo vê
esses filmes, então não preciso tirar espaço de outros ótimos filmes para
colocar Logan e Mulher-Maravilha, que sem dúvida estariam no top. Ah, também
sem Star Wars (será que estaria no top? Uma hora faço algo sobre) e nem filmes
dessa temporada de premiação que ainda não saíram em cinemas normais, assim
como os filmes da temporada do Oscar do começo do ano, que já falei até demais
deles. Então também, nada de La La Land e afins, ou Call Me By Your Name e
afins também.
Ah, e também é tudo baseado
simplesmente na minha opinião do que eu vi, então obviamente vai tá faltando
coisa que eu não vi, então não sintam falta de John Wick 2, Cidade Perdida de Z
e outros até mesmo nas menções honrosas, é que simplesmente ainda não tive a
oportunidade de assistir. Agora sem enrolações, vamos logo pra esse bendito
TOPPER TEN.
10 – Jogo Perigoso (Gerald’s Game)
Esse foi um ano bem especial para
os gêneros de terror e suspense. Mais ainda para as adaptações de livros do
Stephen King (claro, houveram os Torre Negra da vida). Já começo esse top com
um filme que me surpreendeu bastante, produção original da Netflix. Inspirado
no livro clássico de mesmo nome de 1992, esse filme de Mike Flanagan (O
Espelho, Ouija 2) conta a história de um casal (Carla Gugino e Bruce Greenwood)
que após mais de uma década de matrimônio decide ir para uma casa isolada para
terem um tempo para si mesmos e até mesmo apimentar a vida sexual.
A grande verdade é que qualquer
comentário além disso é um tanto arriscado, apenas podendo dizer que uma
brincadeira sexual acaba dando errado e dando início a um caso bem estranho que
faz a esposa se envolver nas lembranças de seu passado traumático. O filme
poderia muito bem estar lá nas primeiras posições se não fosse um final de 10
minutos absurdamente explicativo e desnecessário. Nem sempre tempo à mais é
algo bom.
9 – Fragmentado (Split)
Por muitos o retorno triunfal de
M. Night Shyamalan, indicado há quase 2 décadas ao Oscar por O Sexto Sentido,
Fragmentado foi também outra ótima surpresa desse ano. Sendo um filme com o
ideal de ser um parque de diversões para James McAvoy se esbaldar com todo tipo
possível de atuação, temos como personagem principal e vilão Kevin, um homem
com uma completa crise de identidade que possui 23 personalidades distintas,
podendo trocá-las e até mesmo fazer uma manipular a outra, como se realmente
fosse várias pessoas. Após um surto envolvendo essas personalidades, ele acaba
sequestrando três garotas sem planos aparentes para elas.
Enquanto vemos a rotina e vida de
Kevin, também acompanhamos a outra protagonista, Casey (Anya Taylor-Joy), uma
das sequestradas, que enquanto planeja fugir, começa a ter flashes de memória
sobre seu passado e os motivos dela ser bem mais reclusa que as outras duas
sequestradas.
Famoso por seus plot-twists,
Shyamalan inova e com uma ideia bem mais diferente de seu usual, que a maioria
já deve saber o que é. Para quem não sabe, acho interessante manter a surpresa,
mesmo não sendo nada que realmente interfira na trama.
8 – T2: Trainspotting
Já tem review aqui no blog, então
vou ser até meio breve. Para quem não conhece, Trainspotting é um clássico
britânico da segunda metade dos anos 90, dirigida por Danny Boyle (mais de uma
década depois, levaria o Oscar por ‘Quem quer ser um Milionário?’). Após anos
de adiamentos, finalmente houve a reunião de todo o pessoal do filme original
para um sequência, levemente baseada na sequência do livro o qual o filme
original era inspirado.
Apesar de ter ficado em um certo
limbo quando foi lançado, é um filme muito bom e digno do original, algo muito difícil
nos dias de hoje. É impossível não reconhecer a personalidade dos personagens,
que possuem um amadurecimento e envelhecimento previsível, com destaque por ser
focado muito mais nos outros 3 amigos do que em Renton (Ewan McGregor), o
principal do primeiro filme, dando muito mais desenvolvimento a todos os
personagens.
7 – Terra Selvagem (Wind River)
Arrisco dizer que é o mais
subestimado dessa lista, eu mesmo não apostava em nada para o filme quando vi
seu trailer no cinema, mas foi uma grata surpresa. Mais um suspense (como
falei, esse ano foi extremamente fértil pro gênero), agora do estilo policial.
No filme, temos o caçador Cory (Jeremy Renner), genro de indígenas, encontrando
o corpo morto e congelado da melhor amiga de sua filha, com marcas de agressão
e estupro. Para a situação acabam chamando o FBI, que manda apenas a detetive
Jane (Elizabeth Olsen) para analisar o cadáver. Por uma questão envolvendo a
perícia, que constatou que a morte foi pelo frio e não pela violência sofrida,
Jane fica impossibilitada de chamar reforços para a investigação, decidindo
agir sozinha ao lado de Cory para achar o culpado.
Inspirado em um caso real, o
filme discute bastante sobre o esquecimento governamental norte-americano com
povos nativos, que sofrem preconceito até perante a lei. A obra é o primeiro
trabalho como diretor de Taylor Sheridan, famoso por escrever os roteiros de
Sicario e A Qualquer Custo, também sendo o roteirista desse.
6 – Bingo: O Rei das Manhãs
Outro que já possui review aqui no blog. O único nacional dessa minha lista, infelizmente já foi recentemente
cortado dos possíveis indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, assim
como vem tendo uma recepção um tanto morna da crítica internacional. Uma ficção
baseada em fatos reais, Bingo é o filme de um palhaço de mesmo nome, claramente
inspirado no Bozo e no seu principal ator, Arlindo Barreto, que aqui se torna
Augusto Mendes (Vladimir Brichta).
Adaptando não só a história do
ator, que saiu do cinema erótico para as telas do SBT atrás da figura de um
palhaço, entrando de cabeça nas drogas conforme o sucesso crescia, o filme de
Daniel Rezende (indicado ao Oscar pela edição de Cidade de Deus) também é um
breve retrato dos anos 80 do Brasil, trazendo figuras como Gretchen e versões
genéricas de Xuxa e Rede Globo.
5 – It: A Coisa (It)
Olha só, mais um terror/suspense,
e mais uma adaptação de obra de Stephen King. Talvez a obra mais famosa do
autor, It já havia sido adaptado para as TVs em 1990, com o palhaço Pennywise
sendo interpretado por Tim Curry. Nessa nova versão dirigida por Andy
Muschietti (Mama), temos Bill
Skarsgård interpretando o palhaço mais famoso do terror. Diferente do trabalho
de 1990, aqui temos uma adaptação apenas da parte do passado do livro, contando
a história das crianças que decidiram confrontar a entidade.
Apesar de classificado como terror, o filme é num geral bem leve e
divertido, com uma pegada extremamente anos 80, remetendo bastante justamente
aos trabalhos de King e suas adaptações. O filme aproveita muito do sucesso de
Stranger Things para trazer justamente uma atmosfera retrô nos anos 80 muito
parecida, com direito a trazer Finn Wolfhard por elenco.
4 – Blade Runner 2049
Outra sequência de um clássico, aqui a distância é mais longe, se
tratando de uma continuação do cultuado cyberpunk dos anos 80 dirigido por
Ridley Scott, aqui só na produção. A direção agora foi para as mãos de Denis
Villeneuve, indicado ao Oscar no início do ano por A Chegada, outro ótimo
sci-fi. Na história, ambientada no ano que está no título (assim como na vida
real, 3 décadas após o original), temos um novo blade runner protagonista, o
replicante K (Ryan Gosling). Logo com isso já é possível notar que as clássicas
ironias e conflitos típicos de contos cyberpunk estão presentes (alguém que
caça seres da mesma raça), algo ainda mais reforçado com sua esposa Joi (Ana de
Armas), uma acompanhante virtual holográfica.
O filme mantém o tom filosófico do original, trazendo conflitos sobre
raça e sociedade enquanto K, resolvendo um caso, acaba tendo que ir atrás de
informações sobre Deckard (Harrison Ford), desaparecido desde 2019.
3 – Planeta dos Macacos: A Guerra (War for the Planet of the Apes)
Mais um com review, aonde vai estar melhor comentado. O fim da nova
trilogia dos primatas que, durante décadas, só teve o filme original realmente
aclamado com a crítica. Mas desde Planeta dos Macacos: A Origem, reboot que
tinha tudo para dar errado mas que foi totalmente ao oposto das expectativas
pessimistas, se tornou a saga que mais soube se mantem em alto nível, podendo
facilmente entrar na lista de melhores trilogias já feitas.
Nesse terceiro filme, ainda dirigido por Matt Reeves, temos César tendo
que lidar com a pressão humana tentando destruir sua tribo, tentando guiar seu
povo para uma espécie de terra prometida, aonde poderiam viver em paz. Recheado
de metáforas religiosas (assim como Blade Runner 2049 e o próximo da lista), é
um dos melhores terceiros filmes já feitos (considerando a famosa maldição do
terceiro sempre ser o pior ou ruim), também sendo de longe o melhor da saga.
2 – mãe! (mother!)
Sem sombras de dúvidas o filme mais polêmico e controverso perante o
público esse ano, à frente do último Star Wars, o novo filme de Darren
Aronofsky é um verdadeiro ame ou odeie. Para muitos um filme completamente
pretencioso, confuso e herege, para outros um filmaço absurdamente criativo e
maluco. Pela posição fica óbvio que fico no segundo time.
mãe! (com letra minúscula e ponto de exclamação mesmo), evitando
spoilers, se trata sobre um casal que mora de forma solitária em uma casa. A
mulher, além do padrão de dona de casa, se mostra como a faz tudo, inclusive
obras, enquanto o marido é um poeta em busca de inspiração para seu novo
projeto. Mesmo com tudo parecendo pacífico, uma série de visitas inesperadas
começaram a rolar e a sensação de claustrofobia só aumenta. É um filme
realmente confuso a primeira vista, mas à partir de certos momentos é possível
compreender todas as metáforas e o filme se torna bem mais claro.
1 – Em Ritmo de Fuga (Baby Driver)
Para mim, a verdadeira masterpiece
desse ano. Um filme inesperado mas uma verdadeira experiência divertida
motivada pelo capricho e talento expostos no filme. Dirigido por Edgar Wright
(Scott Pilgrim contra o Mundo), é para mim o filme mais bem dirigido e editado
do ano e, infelizmente, deve passar batido pelas premiações (assim como o
anterior). O filme tem um plot até que simples: Um garoto que é um piloto super
talentoso especializado em fugas de assaltantes, mas é justamente nessa
simplicidade que o filme acerta.
O grande diferencial do filme
está no uso da trilha sonora, toda licenciada, utilizando dezenas de clássicos
de forma absurdamente criativa e milimétrica, com uma sincronia perfeita entre
cenas e músicas, que condizem com as situações expostas. Além disso, a ação é
algo absurdamente bem feito, sendo o tipo de filme que te faz terminar de ver
com um sorriso no rosto.
Menções Honrosas
Aqui vão alguns que não couberam
no MEU top 10, mas que valem a pena. Sei que tem realmente bastante coisa boa
que para muitos eu deveria ter colocado no top, mas como falei, é top pessoal
mesmo.
Corra! (Get Out)
Olha aí mais ponto de exclamação.
Apesar de ter pessoalmente dado nota inferior aos outros possíveis indicados ao
Oscar, se mantém como meu favorito por enquanto. É até estranho eu dizer isso e
ele não estar no top, mas realmente faltou um tchan pra mim gostar ainda mais.
Mais um terror, esse com uma ideia bem inesperada envolvendo racismo. Acho que
qualquer coisa que contar a mais que isso pode prejudicar a experiência.
A Ghost Story
Esse é um filme bem alternativo e
indie, pra deixar claro, então não é pra qualquer um, pois a chance de decepção
é grande. É mais um com uma leve pegada terror/suspense, mas que se encaixa
mais no drama. Sem estragar a surpresa inicial, só posso dizer mesmo que se
trata de um fantasma (de lençol) observando sua casa e quem vive nela. É um
filme calmo e silencioso, com umas situações marcantes e uns toques malucos que
remetem até levemente a 2001: Uma Odisseia no Espaço (tirando o fato de ambos darem
sono).
O Rei do Show (The Greatest
Showman)
Filme que está em cartaz
atualmente, se vendeu bastante por ser um musical com mesmos compositores de La
La Land, mas acabou levando uma flopada até grande da crítica (mesmo sendo
indicado ao Globo de Ouro 2018). Num geral, tá longe de ser realmente ruim, é
um musical bem competente e bem coreografado, com um roteiro básico. A grande
polêmica se encontra por também se tratar de uma biografia de P. T. Barnum,
famoso dono de circo que possui um certo passado sujo, então acabou gerando
conflitos sobre passar pano sobre certas coisas e idolatrá-lo. Pessoalmente,
levo em conta que não dá pra considerar uma biografia fiel aonde todos começam
a cantar do nada, então acho que basta levar o filme como uma ficção inspirada
em certas coisas pra não ver problemas que nem do filme são.
Dunkirk
Também com review aqui, o mais
novo filme do Nolan saiu lá pelo meio do ano e é um dos favoritos ao Oscar. Um
filme sobre a batalha de Dunkirk da Segunda Guerra Mundial, seguindo três
perspectivas. O filme é um verdadeiro balé de efeitos técnicos, coisas dignas e
tão competentes como Titanic. Infelizmente, não sai muito disso, servindo muito
mais como um filme de experiência (principalmente em salas de cinema IMAX) do
que qualquer coisa. Dos 3 arco, tanto eu como amigos concordamos que o arco do
Tom Hardy é de longe o mais divertido, seguido por o dos garotos tentando ir
embora da praia (com bastante conflitos) e por último o famigerado arco do
barco indo para o resgate, que faz valer o termo “cringe” de tão ruim que é.
O Estranho que nós Amamos (The
Beguiled)
Dirigido por Sofia Coppola (que
levou prêmio de melhor diretora em Cannes pelo filme), é remake de um clássico
dos anos 70 com Clint Eastwood. Aqui temos uma casa repleta de mulheres e
crianças durante a guerra civil americana. Uma das garotas acaba encontrando um
combatente machucado e acaba o trazendo para casa. Apesar do receio geral, aos
poucos todas começam a admirar o soldado, até que rola uma reviravolta que muda
o filme completamente.
Atômica (Atomic Blonde)
Filme que ficou conhecido como “John
Wick mulher” por ser dirigido por David Leych (um dos diretores do primeiro
John Wick), é um farofão ótimo pra qualquer hora. Um típico filme de ação (e
bota ação) envolvendo espiã fodona (Charlize Theron, como não) que precisa
roubar documentos que podem causar o caos no mundo. Ambientado na Alemanha do
fim dos anos 80, usa e abusa de neon e músicas da época (bait simples pra mim).
A Bela e a Fera (Beauty and the Beast)
Por muitos um filme ótimo, por
outros nem tanto, o remake de A Bela e a Fera é um tanto competente, seguindo
bastante o original a risca, fazendo algumas mudanças para tornar levemente
mais realista. A grande verdade é que se você é fã do original, acabará
gostando desse, mesmo ele possuindo mudanças que, na minha opinião, são bem
positivas.
A Vigilante do Amanhã (Ghost in the Shell)
Fechando com um caso polêmico.
Todos sabemos que adaptações de animes normalmente saem uma caca, não se
aproveitando quase nada. O projeto do filme de GiTS sempre foi polêmico pelas
questões de utilizar Scarlett Johansson interpretando uma personagem japonesa
(mesmo ignorando o fato da mesma ser um ciborgue) e acabou flopando um tanto na
crítica e na bilheteria. De qualquer modo, pessoalmente o filme está longe de
ser ruim e é justamente uma das, se não a única boa adaptação de mangá/anime do
ocidente. O filme é uma adaptação em vários momentos bem fiel ao filme em anime
de 1995, com várias cenas praticamente copiadas. O plot é mais ou menos
mantido, adicionando coisas envolvendo o passado de Major, além de realmente se
perder um tanto do lado filosófico.
Por hoje é isso. Tirando um ou
outro filme que possa ser um pouco mais difícil de assistir, praticamente todos
são ótimas pedidas para se ver. Normalmente o público acaba vendo mais os
blockbusters como filmes de heróis, Transformers, Star Wars, Velozes &
Furiosos e afins, ou decide ir mais pro lado cult, esperando os períodos de
temporada de premiação e no meio desses dois extremos sempre há material
interessante para ser assistido. Se tiver mais alguma sugestão de bom filme que
viu esse ano, comenta aí embaixo ou na page, recomendações sempre são boas. Até
mais, tchau!