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Os Favoritos e Esquecidos do Oscar 2017


Enfim estamos naquela época de fevereiro cheia de festas, alegria e de muita briga e discussão. É, estou falando do nosso amado (ou odiado) Oscar, o Academy Awards. É a mais das famosas premiações para filmes, sendo o ápice para qualquer membro do ramo ganhar um prêmio destes no evento. Claro, há quem sempre prefira valorizar os prêmios de festivais como Cannes ou ache que os britânicos do BAFTA possuem melhor bom gosto. De qualquer modo, aquele prêmio que todo estúdio adora colocar na capa de seus filmes para home video sempre vai ser o Oscar, e dificilmente isso irá mudar.

Ultimamente o Oscar veio passando por situações que vem gerando debate. De um lado, as sempre discordantes escolhas de melhor filme, que cada vez mais passam longe das apostas populares e, até mesmo, das próprias premiações da Academia, com o vencedor do prêmio principal vencendo cada vez menos outros prêmios, chegando ao ápice no ano passado, com Spotlight levando apenas roteiro original. De outro lado, o polêmico “Oscar so White”, crítica à falta de representantes negros na premiação. Agora, indo de oposto às duas últimas decisões, além de já haver um favorito a melhor filme (mas que obviamente não é nenhuma certeza), voltamos a ter grandes representantes negros. Não, não foram abertas “cotas” (caso alguém queira polemizar), simplesmente agora, após essa pressão, os estúdios estão dando mais chances para os negros, além dos filmes envolvendo grupos de negros tenham ganhado maior destaque.

Esse ano é o primeiro ano com o blog no ar que teremos o Oscar, e realmente espero que seja o primeiro de muitos. Justamente por isso decidi pela primeira vez fazer um esforço maior para ver os principais filmes da premiação, e aqui apresentar breves opiniões, os grandes favoritos, os meus favoritos e, bem, aqueles que acho que deveriam ter sido indicados, mas foram completamente esquecidos. Já adianto que não consegui ver tudo, então categorias aonde vi apenas um ou outro vou preferir não comentar (o que inclui animações, assim como alguns aspectos técnicos, que acho que não estou em caráter de comentar. Caso em alguma situação haja um ou dois candidatos que não tive a oportunidade de ver, eu destaco e apenas deixo uma sinopse ou coisa do tipo.

PS: Ainda não tive a oportunidade de ver Silêncio do Scorsese, então vai ser “esquecido” até da lista dos esquecidos. Sorry!

Melhor Fotografia


Bradford Young (A Chegada): O primeiro representante negro da nossa lista, Bradford em A Chegada conseguiu apresentar um trabalho ainda mais competente que no filme Selma, apresentando uma sensação de paz e ameaça, com aquele grande quase vazio e a grande nave alienígena ali centrada. O posicionamento da câmera, que é quase simétrico durante as entrevistas dentro da nave, é de encher os olhos.

Linus Sandgren (La La Land): Responsável por Joy e Trapaça, Linus aqui apresenta um trabalho bem mais belo, ressaltando principalmente as entradas e saídas de locais na rua, usando uma perspectiva que observa os personagens de perfil, sem contar a cena final que é um excelente trabalho da parceria dele com Chazelle.

Greig Fraser (Lion): No mesmo ano em que também trabalhou com Rogue One, Greig apresenta um trabalho fantástico, principalmente no que envolve mostrar as grandes multidões indianas, o que aumenta a sensação claustrofóbica do filme, além de se destacar nos momentos de reflexão na praia, gerando belos quadros.

James Laxton (Moonlight): Sem dúvida, além das atuações, o ponto mais forte do filme é a fotografia. O filme utiliza bem filtros para ressaltar tonalidades de cores e o brilho e, mesmo com a câmera quase sempre em movimento, quando ela resolve se estabelecer, é para apresentar belos enquadramentos muito para ressaltar sensação de solidão ou de algum momento de desenvolvimento, principalmente no que envolve a praia.

Rodrigo Priesto (Silêncio): Grande nome já responsável por O Segredo de Brokeback Mountain, Babel, Argo, O Lobo de Wall Street e ainda no último ano Passageiros. Não tive a oportunidade de ver seu trabalho.



Esquecidos:


Stéphane Fontaine (Jackie): Após vários trabalhos em sua maioria apenas no cinema francês, Fontaine no último ano foi responsável por Capitão Fantástico, além de conseguido maior destaque esse ano por Elle. Mesmo assim seu trabalho em Jackie é algo praticamente perfeito, com um enorme esmero nos enquadramentos, posicionamentos e combinações de cores. O filme acaba se parecendo com uma pintura em movimento, com destaque para os momentos no cemitério durante a chuva. O verdadeiro merecedor desse prêmio.

Seamus McGarvey (Animais Noturnos): O mesmo responsável pela fotografia de 50 Tons de Cinza, aqui apresenta um trabalho extremamente competente, sabendo muito bem exibir a imensidão do deserto do Texas, ao mesmo tempo que consegue mostrar os detalhes das salas e prédios, além de a combinação de cores ter um toque bem chamativo, talvez por grande envolvimento do diretor e estilista Tom Ford. Outra direção de arte melhor que todas as cinco indicadas.

Melhor Atriz Coadjuvante


Octavia Spencer (Estrelas Além do Tempo): É um trabalho competente de Octavia, fazendo uma das três personagens principais, apesar de apenas uma sendo considera protagonista. Não é nenhuma atuação de grande destaque, sinceramente, sendo as duas companheiras bem mais competentes em tela.

Michelle Williams (Manchester à Beira-Mar): Michelle faz a ex-esposa do protagonista interpretado por Casey Affleck. Ela realmente pouco aparece, possuindo uma atuação competente nos flashbacks, por mais que tenha sido indicada apenas por uma cena dramática de uns 2 ou 3 minutos.

Nicole Kidman (Lion): Nicole faz um trabalho competente, mas apenas isso. Assim como Octavia, parece que foi mais indicada por nome ou algo do tipo e, assim como Michelle, parece que conseguiu a indicação graças a uma cena de diálogo dramática.

Naomi Harris (Moonlight): A primeira que realmente irei elogiar o trabalho. A caracterização e a atuação de Naomi no filme estão muito bem, com ela interpretando um personagem a todo tempo odiável mas digna de pena, sendo um dos grandes pontos altos do filme ao lado Mahershala Ali.

Viola Davis (Um Limite Entre Nós): Considerado por muitos a protagonista do filme ao lado de Denzel, ainda a considero coadjuvante. Bem, é mais uma das várias atuações acima da média de Viola, passando uma enorme carga emocional e sendo sempre convincente. Provavelmente agora é finalmente seu momento.



Esquecidas:


Janelle Monáe (Estrelas Além do Tempo/Moonlight): Em meio a uma disputa com apenas dois nomes realmente fortes, a falta de Janelle é um tanto incompreensível. A cantora resolveu estrear nos cinemas ano passado, justamente com esses dois filmes indicados ao Oscar. Enquanto no primeiro ela faz uma personagem extremamente divertida e carismática, em Moonlight ela faz uma das personagens de maior destaque, demonstrando de forma leve seu carinho pelo protagonista, sendo a segunda mãe dele. Qualquer uma das duas atuações seriam dignas de indicação.

Amy Adams (Animais Noturnos): Muitos podem considerá-la a protagonista, mas considerando seu pouco tempo em tela, poderia muito bem ser indicada a coadjuvante. No filme ela está muito mais para expressar sensações com poucas palavras, refletindo o que sente ao ler o livro de seu ex-marido. Como disse, é uma disputa não muito forte, então Amy cairia muito bem em alguma das vagas.

Melhor Ator Coadjuvante


Dev Patel (Lion): Um tanto quanto injusto nessa indicação, considerando que ele interpreta o personagem principal, aparecendo apenas um pouco menos que o ator mirim de Saroo. Deixando esse ponto de lado, é uma atuação incrível que encarna muito bem as emoções do protagonista e, com um bom tempo de tela apenas para ele, tem mais tempo para mostrar seu trabalho.

Jeff Bridges (A Qualquer Custo): Outro com seu nome sendo o primeiro creditado no filme e nos pôsteres, mas que aqui ainda consegue dividir bem a tela para conseguir esse posto de coadjuvante. É uma atuação muito boa, com Jeff atuando na sua boa e velha forma natural, sendo um personagem bem divertido que te faz rir de suas piadas de mau gosto.

Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar): Dos indicados, o único que não faço ideia do motivo de estar aqui. É uma atuação bem simples e que eu diria que até sequer corresponde ao que deveria, passando muita pouca carga emocional ao filme. Só funciona ao lado de Casey Affleck, por ele segurar as rédeas.

Mahershala Ali (Moonlight): Sem dúvida, o grande nome do filme. Apesar de aparecer apenas no primeiro ato, é o personagem mais forte e mais memorável do filme. Ele interpretando um líder do tráfico que ao mesmo tempo soa como um bom homem é bem convincente, sendo um verdadeiro personagem de apoio e de molde para o protagonista.

Michael Shannon (Animais Noturnos): Realmente sua atuação em Animais Noturnos é muito boa, apresentando um policial extremamente carismático, com um enorme senso de justiça, que muitas vezes soa de forma engraçada além de ser um tanto maluco.



Esquecidos:


Aaron Taylor-Johnson (Animais Noturnos): Indicado para a maioria das premiações, acabou esquecido pela Academia, sendo “substituído” por Shannon. Seu personagem no filme possui muito mais destaque, sendo um bandido completamente insano e memorável, o qual sempre se espera o imprevisível. Em caso de indicação, disputaria pau a pau com Mahershala Ali.

Hugo Weaving (Até o Último Homem): Uma atuação muito pouco comentada, mas de grande qualidade. Hugo interpreta o pai do protagonista, um alcoólatra perturbado pela primeira guerra. Apesar de aparecer poucos minutos ainda na primeira metade, é uma atuação muito acima da média, provavelmente a melhor do filme. 

Melhor Atriz


Emma Stone (La La Land): Mia já pode ser considera uma das personagens mais memoráveis do cinema, com poucas dúvidas. É a boa e velha Emma Stone dos filmes de comédias que aprendemos a amar, mas com toques bastante equilibrados de drama, ao mesmo tempo que é absolutamente divertida e carismática. Sendo imparcial, é para quem estou torcendo (o que não se reflete em quem acho que mereça).

Isabelle Huppert (Elle): Isabelle já é uma atriz veterana, com uma grande carreira na França e agora conseguiu destaque internacional. Sua personagem, uma chefe de um estúdio de video-games vítima de estupro, é completamente carismática, muito por ser um tanto desequilibrada e por possuir um senso de humor incorreto, além de não ter medo algum de ser considerada “babaca” por seus comentários.

Natalie Portman (Jackie): A interpretação de Natalie como Jackie Kennedy é algo deslumbrante. O esforço da atriz para personificar a ex-primeira dama é louvável, conseguindo moldar o tom de sua voz para se assemelhar à verdadeira Jackie. Ela consegue passar completamente a carga emocional da personagem, transmitindo o desequilíbrio da mesma ao lidar com seu emocional e com suas ações. Arrisco dizer que é uma atuação ainda melhor que em Cisne Negro.

Meryl Streep (Florence: Quem é Essa Mulher?): Em sua vigésima indicação ao Oscar, Meryl Streep interpreta nessa cinebiografia a infame cantora americana Florence Foster Jenkins. Não tive a oportunidade de ver o filme.

Ruth Negga (Loving): No filme Ruth Negga interpreta Mildred, uma mulher que está sendo vítima das leis anti-casamento inter-racial, ao casar-se com um homem branco, Richard, em uma época aonde isso era visto com maus olhos e como crime em vários estados americanos. Também não tive a oportunidade de assistir.



Esquecidas:


Amy Adams (A Chegada): Novamente Amy Adams presente, agora por Arrival. Quando a lista do Oscar saiu, a maior surpresa sem dúvida foi a falta de Amy Adams. A mesma já havia sido indicada a quase todas as premiações, até mesmo ao Globo de Ouro aonde o filme teve poucas indicações. É ela que carrega quase todo o filme, interpretando uma inteligente professora que, enquanto tenta fazer contato com alienígenas, tem que lidar com seu passado triste e perturbado.

Taraji P. Hanson (Estrelas Além do Tempo): A principal personagem dessa comédia dramática biográfica, sendo uma mulher negra matemática na NASA em pleno anos 60 consegue te prender no filme. Hanson consegue passar um ar bem leve e divertido a personagem que, mesmo sofrendo opressão aonde trabalha, não desiste em nenhum momento, demonstrando seu esforço para se destacar. É uma atuação que merecia ser mais lembrada.

Melhor Ator


Andrew Garfield (Até o Último Homem): Interpretando o soldado real da segunda guerra Desmond Doss, esse que foi para a guerra ser armas, Andrew mostra que realmente possui um grande talento para atuação. Apesar do mesmo soar muitas vezes chato e estranho, quando vemos a entrevista com o verdadeiro Desmond ao fim do filme, notamos o quão fielmente encarnado o soldado foi.

Ryan Gosling (La La Land): Apesar de muitos questionarem sua presença entre os indicados, foi um dos que mais me agradaram. Ele consegue ser bem convincente como Sebastian, sendo ao mesmo tempo sério um cara bem carismático, além do ator possuir um ótimo timing de humor e uma química perfeita com Emma Stone.

Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar): Interpretando um personagem solitário, frio e calado, Casey manda muito bem. Ele tenta a todo momento encarnar alguém realmente perturbado por dentro, não sabendo mais agir socialmente, de forma semelhante à de DeNiro em Taxi Driver.

Denzel Washington (Um Limite Entre Nós): Buscando sua terceira estatueta, Denzel praticamente tem um filme inteiro de mais de duas horas para mostrar seu talento, praticamente não calando a boca em nenhum momento. Ao mesmo tempo que ele demonstra o quão incrível é atualmente, soa como algo absurdamente forçado em busca de prêmios.

Viggo Mortensen (Capitão Fantástico): Em uma atuação em um filme de menor destaque, Viggo interpreta um pai completamente alternativo, tentando ensinar a seus filhos a ter uma vida livre das rotinas questionáveis de nossa sociedade. É um personagem totalmente carismático, com Viggo conseguindo demonstrar uma leveza para interpretar um personagem divertido.



Esquecidos:


Sunny Pawar (Lion): Já que Dev Patel foi indicado a melhor ator coadjuvante, nada mais justo que Sunny para ser considerado protagonista. Apresentando uma atuação totalmente fofa e carismática, Pawar merecia uma indicação muito mais que o interprete de Saroo na fase adulta, sendo um dos maiores destaques infantis dos últimos anos.

Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos): Cada vez mais parece que há algum problema entre Jake e os votantes da Academia. Há anos o ator vem fazendo ótimas atuações e é sempre esquecido. Dessa vez conseguiu até mesmo indicação ao BAFTA, mas novamente esquecido aqui. Interpretando dois personagens, um autor em crise no passado e um pai que foi vítima cruel de uma gangue de bandidos, era uma atuação mais do que merecida para uma indicação.

Ryan Reynolds (Deadpool): Apesar de ser um tema polêmico, a indicação de Ryan por sua interpretação de Wade seria totalmente válida. Após uma série de problemas interpretando personagens de quadrinhos, até mesmo o Deadpool no primeiro filme do Wolverine, aqui ele encarna fielmente o mercenário tagarela, sendo um dos principais motivos do filme funcionar completamente, com suas piadas sempre em um bom timing, além do enorme carisma que ele dá ao personagem.

Melhor Roteiro Adaptado


Eric Heisserer (A Chegada): Baseado em um conto do livro A Story of Your Life, de Ted Chiang, o roteiro do filme é incrível. Possuindo um ritmo lento, mas que ainda te prende à trama, tem grande destaque em seu modo de narrativa que, ao ser explicado, já seria um grande spoiler.

August Wilson (Um Limite Entre Nós): Vale destacar desde já que August já faleceu há 12 anos e o que acontece é que o roteiro do filme é EXATAMENTE o mesmo da peça teatral Fences. É algo meio diferente de se lidar, mas vale destacar que o roteiro se encaixa muito bem como filme.

Allison Schroeder e T. Melfi (Estrelas Além do Tempo): Baseado no livro Hidden Figures de M. Shetterly, livro esse que foi lançado praticamente junto ao filme. É um roteiro bem competente e dinâmico, mas já soube que algumas das situações tiveram certa liberdade, como a história do banheiro, aonde a personagem real apenas ia no “banheiro das brancas” sem se rebaixar, o que soa como um pretexto para dar destaque ao personagem de Kevin Costner, o que acaba sendo no mínimo chato ao pensar que a proposta do filme era valorizar os negros, sem contar outras coisas não muito fiéis.

Luke Davies (Lion): Baseado no livro escrito pelo próprio Saroo Brierley ao lado de Larry Buttrose, o filme adapta de forma bem fiel os fatos, seja das lembranças do passado de Saroo, assim como sua busca nos tempos atuais, assim como consegue manter um bom ritmo de evolução do personagem.

Barry Jenkins (Moonlight): Baseado no roteiro da peça cancelada In Moonlight Black Boys Look Blue de T. McCraney, o roteiro contém coisas da vida pessoal de ambos. É uma história realmente muito boa para ser contada no cinema, mas que nas telas acaba sendo apresentada de um modo não muito agradável, deixando faltar períodos extremamente relevantes para o desenvolvimento do protagonista. Parece que o filme se prende bem mais a uma narrativa de teatro do que Fences que é um port puro, sendo que uma hora a mais de filme para contar a história poderia ter sido benéfico. Pessoalmente não sei se indicaria para essa categoria.


Esquecidos:


Tom Ford (Animais Noturnos): Adaptado do livro Tony & Susan de Austin Wright, o roteiro de Tom Ford possui uma narrativa bem interessante, mantendo o enfoque do livro de mostrar Susan lendo intrigada o livro de seu ex, sabendo bem manter a história “real” e a história do livro bem conduzidas e a fazer paralelos bem claros.

Rhett Reese e Paul Wernick (Deadpool): Baseado no personagem criado por Rob Liefeld e Fabian Niciesa em New Mutants #98 de 1991, eles se inspiram mais nas fases mais modernas do personagem, principalmente a de Joe Kelly, sendo uma adaptação dos quadrinhos quase que perfeita, mantendo todo o humor negro e a quebra da quarta parede, sem falar nas auto-referências ao universo dos quadrinhos e dos filmes de heróis.

Melhor Roteiro Original


Taylor Sheridan (A Qualquer Custo): Contando a história de dois irmãos que assaltam bancos para pagar a hipoteca do rancho da família, o roteiro é muito bom, mostrando de forma equilibrada o lado dos bandidos e dos policiais, nos fazendo criar afeto por ambos os lados, mesmo sabendo que um vai colidir com o outro. A história faz várias críticas ao sistema econômico atual, soando como algo anarquista.

Damien Chazelle (La La Land): O diretor aqui também escreve a história, mostrando um casal que fica dividido entre o amor e seguir os rumos em busca de seus sonhos. Apesar de musicais não precisarem de um roteiro muito elaborado, Chazelle apresenta um roteiro bem redondinho, um belo feijão com arroz de comédia romântica.

Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar): Outro diretor também roteirista. Contando a história de um personagem sofrendo um drama, ao mesmo tempo que é atormentado por outro do passado possui um ritmo lento e melancólico. Ao mesmo tempo que é bem interessante, não é muito fácil de ser apreciado.

Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou (O Lagosta): A história sobre uma sociedade aonde as pessoas são obrigadas a achar alguém para casarem e, caso isso não ocorra, são mandados para acampamentos com outros “desajeitados” para de forma forçada conseguir alguém. Ainda não tive a oportunidade de assistir.

Mike Mills (Mulheres do Século 20): Passado no fim dos anos 70, a história de uma mãe tentando cuidar de um filho e ajudar na busca de respostas para as vidas de suas duas jovens amigas. Também ainda não tive a oportunidade de assistir.


Esquecidos:


John Carney (Sing Street): Baseado levemente na vida do diretor e roteirista, conta a história de jovens irlandeses tentando montar uma banda seguindo a vertente do new wave, isso durante um período de crise no Reino Unido.

Melhor Diretor


Barry Jenkins (Moonlight): É uma direção bem diferente, mantendo a câmera sempre em movimento ao redor dos personagens, dando uma sensação de algo mais pessoal. Ao mesmo tempo parece ainda possuir alguns problemas com timing para contar a história, pelos pontos que já destaquei no roteiro. De qualquer modo é ótimo dirigindo atores e é um nome com enorme potencial para o futuro.

Damien Chazelle (La La Land): Em um trabalho belíssimo, consegue manter muito bem o romance da trama assim como os grandes números musicais muito bem trabalhados, mesmo em menor espaço, com a cena final sendo algo magnífico. Mas ainda considero Whiplash um trabalho melhor.

Dennis Villeneuve (A Chegada): Um trabalho bem interessante, apresentando um modo bem pessoal de lidar com uma trama de invasão alienígena. Acho ele melhor em Prisoners, por exemplo, mas ainda é um trabalho de destaque.

Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar): É uma direção bem simples, apesar de conseguir passar bem as emoções dos personagens. Diria que as melhores partes são mais um trabalho da direção de fotografia, que não foi indicada (não que merecesse).

Mel Gibson (Até o Último Homem): Com um primeiro ato que homenageia bastante o cinema clássico, com um romance belo e inocente, o segundo é algo totalmente visceral e violento, com enormes doses de mutilações e sangue para todos os lados, passando uma carga de medo e apreensão a todo momento.



Esquecidos:


Tom Ford (Animais Noturnos): Apesar de não possuir uma carreira muito grande no cinema, o estilista faz um trabalho muito bom no filme. Repito tudo que disse no roteiro, adicionando a carga emocional dos personagens que ele consegue transmitir muito bem e, assim como Jenkins, sabe bem dirigir atores.

Garth Denis (Lion): Diretor iniciante e que já demonstra ter um enorme talento. Consegue manter o ritmo da história a todo momento sem se perder, sabendo dirigir perfeitamente os momentos de Saroo na Índia, dando um toque de medo e insegurança a todo momento.

Melhor Filme


A Chegada: Ficção Científica de alta qualidade, homenageando os clássicos contos literários do gênero, dando uma perspectiva diferente às invasões alienígenas e nos fazendo refletir sobre ciclo da vida e sobre linguagens.

Um Limite Entre Nós: Um drama de uma família negra durante um período de evolução nos direitos civis, liderados por um pai retrogrado que, mesmo mantendo seu conceito de honra, se demonstra alguém totalmente desagradável e que não consegue manter sua família nos eixos. Um filme que tem bastante da pegada teatral da obra original, mas que não agrada muito.

Até o Último Homem: Uma grata surpresa envolvendo dramas biográficos e filmes de guerra, apresentando de forma feliz e também cruel os lados da guerra, além de, como já disse, abusar completamente da violência, um prazer para quem ama filmes com carnificina.

A Qualquer Custo: O filme sobre os dois irmãos ladrões é um dos melhores entre os indicados, mostrando uma sociedade descontente com os abusos bancários e que agora pouco veem problema em quem fere esses mesmos bancos.

Estrelas Além do Tempo: Um filme biográfico bem divertido, mostrando bem os problemas raciais até os anos 1960, de uma forma leve e fácil de compreender, sendo uma grata surpresa.

La La Land: Após um longo período sem grandes musicais, temos um trabalho belíssimo visualmente e sonoramente, misturando grandes músicas com uma história divertida e envolvente com dois personagens carismáticos.

Lion: Provavelmente o meu grande favorito entre os 9 indicados, sendo a mais grata das surpresas. Uma história real bem envolvente mostrando o drama de uma criança indiana que se perdeu da família e anos depois ele tentando achá-los com a ajuda da internet.

Manchester à Beira-Mar: Um drama bem melancólico mostrando um homem perturbado tendo que tomar conta do filho de seu recém falecido irmão. Apesar da ótima atuação de Casey Afleck, não me agradou tanto.

Moonlight: Por muitos o grande favorito, o drama sobre a vida de um negro gay envolvido no mundo do crime tinha extremo potencial e, apesar de contar uma boa história, a quebra de ritmo sempre que o filme engrena acabou me desagradando. O que destaco é, novamente, a excelente fotografia e os atores coadjuvantes que estão muito bem.



Esquecidos:


Animais Noturnos: Um grandioso thriller, mas que acabou desagradando boa parte da crítica. Tendo como grande destaque o livro de mesmo nome presente no filme, a história da busca de vingança de um pai contra uma gangue de bandidos ao lado de um policial em fim de carreira empolga completamente, com as reações da personagem de Amy Adams ao livro sendo um show à parte.

Deadpool: Filme que foi para o lado oposto dos filmes de super-heróis, apostando em algo violento, apelativo e repleto de humor negro, mas que funcionou de forma inovadora e que consegue agradar seja como filme pop ou analisando de forma mais técnica.

Sing Street: A história sobre a banda dos jovens irlandeses liderados por um garoto apaixonado tentando conquistar uma garota é algo fofo e adorável, homenageando fortemente clássicos dos anos 80, além de apresentar uma incrível trilha sonora.

Finalizando...

Bem, essas foram minhas opiniões sobre as principais categorias e os principais candidatos. Sei que foi algo publicado bastante em cima da hora, mas foi o mais rápido de consegui para ver esses filmes. Espero que tenham gostado e opinem sobre seus favoritos e para quem apostam no espetáculo de hoje à noite. BYE!
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