O Ápice e a Ruína da Nintendo no Brasil Parte III: O Fim?
Sim, sim, eu sei, faz um tempo relativamente grande desde a parte II do artigo. Não, eu não esqueci dele, apesar de ter dado mais foco para os vários reviews que fiz nesse meio tempo. Finalmente, apresentar a última parte PRINCIPAL desta série. Sim, como já sugeri anteriormente, haverá mais artigos, esses comentando outras coisas da Nintendo por aqui, não necessariamente games. Não sei se manterei o mesmo nome, mas o foco é expandir as informações sobre a presença da Nintendo em terras tupiniquins (estou falando igual jornalista de site de games...), como desenhos, HQs e bem... Há certos bichinhos bem famosos que talvez mereçam um foco à parte também ;)
LINK DA PARTE I
LINK DA PARTE II
A parte de hoje vai se focado nesse fim provisório (ou não) da Nintendo oficialmente no país. Eu mesmo tive que atualizar bastante coisa dessa parte (como já disse, isso aqui era de 2015), principalmente agora que estamos à poucos dias do lançamento do Nintendo Switch. Pra hoje, essa OSTzinha marota:
Esperanças de retorno quase nulas, até que...
Na última parte comentei que, com a queda da Nintendo no mercado internacional, somado a pirataria e à crise econômica que nosso país passava, a Gradiente encerrou a parceria com a Big N, o fim de uma grande era dos games no nosso país.Bem, anos se passaram e nada de Nintendo no Brasil. Claro, ela em si estava bem apagada no mundo inteiro, até que em 2004 ela lança o Nintendo DS, o sucessor do GameBoy Advance. O sucesso do DS foi inacreditável, conquistando mercado de forma espetacular e, mesmo com o lançamento do PSP, talvez o único rival à altura que a Nintendo já teve nos portáteis, ainda tomava as rédeas da indústrias de vídeo games de bolso. Só para se ter ideia, o Nintendo DS e o PlayStation 2 disputam até hoje a vaga de video game mais vendido da história. Enquanto isso as informações sobre Nintendo no Brasil eram essas daqui:
É, não pareciam sinais muito positivos.
Mais tarde, em 2006, eis que a Nintendo entra de vez na sétima geração, junto ao Playstation 3 e um ano depois do Xbox 360. O console agora era o Wii, esse com um hardware bem ultrapassado, pouco superior ao Game Cube, mas que tinha como enorme atrativo seu sensor de movimento, algo que levou “leigos” no assunto de vídeo games a adotar um console desses como um aparelho para sua sala. O Wii sem dúvida foi um sucesso imbatível, tanto que há poucos anos, mesmo com ele vendendo pouquíssimo e quase sem lançamentos, era necessário juntar as vendas de PS3 e Xbox 360 para chegar a um número próximo dos do Wii. Enquanto isso, no Brasil:
Mais tarde, em 2006, eis que a Nintendo entra de vez na sétima geração, junto ao Playstation 3 e um ano depois do Xbox 360. O console agora era o Wii, esse com um hardware bem ultrapassado, pouco superior ao Game Cube, mas que tinha como enorme atrativo seu sensor de movimento, algo que levou “leigos” no assunto de vídeo games a adotar um console desses como um aparelho para sua sala. O Wii sem dúvida foi um sucesso imbatível, tanto que há poucos anos, mesmo com ele vendendo pouquíssimo e quase sem lançamentos, era necessário juntar as vendas de PS3 e Xbox 360 para chegar a um número próximo dos do Wii. Enquanto isso, no Brasil:
É, tava fácil não.
Bem, e a vida assim seguia no Brasil: Xbox 360 liderando disparado em vendas, com produção nacional e jogos devidamente legendados e dublados (apesar da superioridade nas vendas ser pela pirataria mesmo) e PS3 e Wii vendidos através de importação por lojas, esses com preços exorbitantes. A Sony as vezes comentava que planejava chegar oficialmente no Brasil (algo que sabemos que aconteceu), já a Nintendo não falava um “a”. Mas eis, que do nada, surgem comerciais de Nintendo DS e Wii na televisão brasileira. Aí estaria marcada a volta da Nintendo para o Brasil. Os consoles agora chegavam com muito mais facilidade nas lojas, provavelmente pela Nintendo facilitar sua importação, e assim foi indo por alguns anos.
Comerciaizinhos bem chinfrins adaptados dos gringos, mas que davam pro gasto.
Agora é a vez da Gaming
Alguns anos se passam e, em 2011, a Nintendo anuncia que sua nova distribuidora nacional seria a Gaming do Brasil (não me perguntem qual era a antiga, porque essa fase de 2008 a 2011 foi bem “escura”, sem saber ao certo o que estava ocorrendo). Com isso é anunciada a volta TOTALMENTE OFICIAL da Nintendo no Brasil, agora com modelos de Wii com caixas e manuais devidamente traduzidos, chegando pelo preço salgado de MIL reais (entre 2011 e 2013 Wii recebeu uns 5 ou 10 jogos por ano, para se ter noção). Ah, e claro, com isso mais comerciais bacanudos (ou não):
É essa qualidade que tem pra hoje
Típicas moradias e cidadãos brasileiros, sem dúvida
Em 2011 a Nintendo lança no mundo o sucessor do Nintendo DS: Nintendo 3DS. O portátil, bem semelhante ao DS, surge com a adição de um analógico, melhores gráficos, uma tela superior maior e a possibilidade de se jogar em 3D sem óculos especiais. O portátil foi lançado em fevereiro no Japão e em Março para América do Norte e Europa.
Eis que com o 3DS ocorre o maior milagre de consoles Nintendo no Brasil. 3DS foi lançado em Julho do mesmo ano aqui. Foi o lançamento mais rápido de um console da Big N aqui, já que mesmo na época da Gradiente costumava ocorrer uma demora de 1 ano. Esse foi o primeiro console da Nintendo a ser traduzido totalmente para o português (tanto no Brasil quanto em Portugal), já que até então o menu dos consoles ainda era todo em inglês. Junto ao 3DS também surgiu a eShop para o Brasil, loja virtual da Nintendo. A versão XL do console, lançada em 2012, também chegou rapidamente para o mercado brasileiro.
Eis que com o 3DS ocorre o maior milagre de consoles Nintendo no Brasil. 3DS foi lançado em Julho do mesmo ano aqui. Foi o lançamento mais rápido de um console da Big N aqui, já que mesmo na época da Gradiente costumava ocorrer uma demora de 1 ano. Esse foi o primeiro console da Nintendo a ser traduzido totalmente para o português (tanto no Brasil quanto em Portugal), já que até então o menu dos consoles ainda era todo em inglês. Junto ao 3DS também surgiu a eShop para o Brasil, loja virtual da Nintendo. A versão XL do console, lançada em 2012, também chegou rapidamente para o mercado brasileiro.
Em 2012, a Nintendo resolve lançar o sucessor do Wii: o Wii U. O console chegou com má fama desde o início. Assim como o Wii, o Wii U era aquele com o hardware mais fraco, agora em relação aos seus futuros concorrentes, o Xbox One e o PlayStation 4 (que já estavam encaminhados para o ano seguinte), mas agora o GamePad, controle com um “tablet” embutido (não tão atrativo quanto os Wii Remotes).
O início do Wii U foi desastroso, e os anos seguintes já sabemos pelo lançamento repentino do Switch. Mesmo assim Nintendo possui sua fanbase fiel, que pedia que o console chegasse no Brasil, mas o tempo passava e nada. Eis que, 1 ano depois, o console é lançado por aqui, agora já com seus concorrentes devidamente lançados nas datas mundiais. Tudo bem, chegou atrasado (já estamos acostumados), mas o problema foi o preço: R$1900,00. O preço foi realmente uma facada, ainda mais considerando o fracasso do console, e com versões importadas por fáceis de achar por R$1200,00. Claro, o Xbox One chegou por R$2200,00 e o PS4 pelo infame valor de R$4000,00, mesmo assim era um valor muito caro por um console que com 1 ano tinha poucos jogos (e até hoje não tem muitos).
O início do Wii U foi desastroso, e os anos seguintes já sabemos pelo lançamento repentino do Switch. Mesmo assim Nintendo possui sua fanbase fiel, que pedia que o console chegasse no Brasil, mas o tempo passava e nada. Eis que, 1 ano depois, o console é lançado por aqui, agora já com seus concorrentes devidamente lançados nas datas mundiais. Tudo bem, chegou atrasado (já estamos acostumados), mas o problema foi o preço: R$1900,00. O preço foi realmente uma facada, ainda mais considerando o fracasso do console, e com versões importadas por fáceis de achar por R$1200,00. Claro, o Xbox One chegou por R$2200,00 e o PS4 pelo infame valor de R$4000,00, mesmo assim era um valor muito caro por um console que com 1 ano tinha poucos jogos (e até hoje não tem muitos).
O ano de 2014 vai passando e a Gaming continua a lançar os jogos exclusivos da Nintendo de forma boa nas lojas, mas com um porém: Nenhum possuía sequer legendas em português, sendo que até mesmo dublagem já era algo comum nos consoles rivais. Mesmo assim a situação foi indo. Durante a metade do ano, claramente havia uma boa parcela mais interessada no Wii U graças a E3, aonde a Nintendo fez as melhores apresentações, prometendo o próximo The Legend Of Zelda já para 2015 (não, eu não vou corrigir isso do texto), além dos Amiibos, bonecos interativos vendidos como acessórios do Wii U e 3DS. Os meses passam e a situação continua normal e, mesmo com alguns atrasos como o de Super Smash Bros. For Wii U, todos os jogos foram devidamente lançados, mas nada de Amiibos.
Eis que, após a virada de ano, para a surpresa de todos, Bill van Zyll, diretor e gerente geral da Nintendo da América Latina, envia, no dia 8 de janeiro de 2015, um comunicado para a imprensa:
“O Brasil é um mercado importante para a Nintendo e lar de muitos fãs apaixonados. Mas, infelizmente, desafios no ambiente local de negócios fizeram nosso modelo de distribuição atual no Brasil mais insustentável. Estes desafios incluem as altas tarifas sobre importação que se aplicam ao nosso setor e a nossa decisão de não ter uma operação de fabricação local. Trabalhando junto com a Juegos de Video Latinoamérica, iremos monitorar a evolução do ambiente de negócios e avaliar a melhor maneira de servir nossos fãs brasileiros. Somos profundamente gratos pelo trabalho duro e pelas muitas contribuições feitas por cada valioso membro da Gaming do Brasil. Nos últimos anos, trabalhamos juntos para apresentar os consoles Wii U e o Nintendo 3DS para os fãs brasileiros, assim como no lançamento de títulos populares como Super Smash Bros. para Wii U e Nintendo 3DS, Mario Kart 8, The Legend of Zelda: A Link Between Worlds, Donkey Kong Country: Tropical Freeze e muitos outros.”
Basicamente o tal diretor da Nintendo disse que os impostos do Brasil são muito altos e por isso eles iriam dar no pé daqui. Sem dúvida foi uma facada no peito dos fãs da Nintendo logo no começo daquele ano, e muito se foi discutido sobre de quem realmente foi a culpa. É, 2 anos se passaram, ainda estamos em crise, já rolou impeachment e outras mil e uma coisas e o que dá pra dizer é que essa "vazada" foi uma bela mistura de uma empresa cheia de problemas com um console igualmente problemático comercialmente, com um país tentando fugir do fundo do poço economicamente. E bem, a situação não parece que melhorou tanto, considerando que hoje em dia qualquer lançamento sai na faixa dos R$250,00 pra cima (e sim, amigos, numa época próspera lá por 2012, raramente um lançamento custava R$180,00).
Em uma série de entrevistas feitas pela Nintendo World ao Bill van Zyll na época, ele disse que a saída da Nintendo obviamente não seria definitiva, mas não havia qualquer data prevista para o retorno da Big N pra cá. Segundo ele, possivelmente a Nintendo iria tentar voltar através da Video Latinoamérica, essa que atualmente distribui os produtos Nintendo no resto da América Latina, e que tinha a Gaming como um “braço” no Brasil. O que sobrava eram os consoles importados pela Gaming nas lojas, até os estoques acabarem. Ah, e ele também havia prometido eShop brasileira no Wii U. Vale destacar que na versão original deste artigo (num trecho de rage) eu ironizei falando isso:
"E a droga da eShop do Wii U, cadê?! Bem, segundo Bill van Zill, estão tentando trazer a eShop do Wii U o mais rápido possível (sim, eu me segurei pra não rir quando li isso) e que, mesmo sem a distribuição física dos jogos exclusivos, UM DIA, em um futuro distante, provavelmente depois do lançamento de Kingdom Hearts III e The Last Guardian, teremos os jogos de forma oficial, mas só via online. Do jeito que tá indo sai o sucessor do Wii U e a eShop não sai."
Eu e minha língua (sai logo KH3).
Ah, e nem me peçam pra que eu poste essa parte de rage, é horrível, além de que minha visão até mesmo politica mudou bastante desde aquela época. O que dá pra resumir bem daquilo, e que não mudou muito, é que penso que ela usou apenas uma desculpa que a Sony também usou pra meter 4 mil no preço do PS4 naquela época, e jogar toda a culpa na crise não era argumento pra dar no pé, ou seja, foi muito mais por fatores deles do que nossos. Na época também houve muita "dózinha" dela, sendo que a maioria tinha esquecido da tonelada de vacilos que ela tava cometendo, não só no Brasil, e aproveitaram a febre do Mario no McLanche Feliz (a maioria lembra como foi da primeira vez) pra matar o que restava nos estoques dela com saudosistas e dar tchau sem um beijinho de despedida.
Como sabemos, daqui poucos meses vem o sucessor do Wii U, o Switch (até poucos dias atrás conhecido como NX) e ainda nada dela ter voltado, e as perguntas de quando vai ser isso voltaram a tona. Praticamente a única informação que tivemos foi do Reggie Fils-Aime após o evento de apresentação do Switch, que disse que o preço e a data de lançamento do console na América Latina será em breve. O problema seria saber se o Brasil estaria no "América Latina", já que não possui mais representantes. O que sabemos é que houve contatos recentes da Nintendo com estudos brasileiros de dublagem, ou seja, ela está ao menos cogitando lançar jogos dublados em PT-BR (chutaria logo o Breath of the Wild, agora que Zelda terá dublagem). Ah, vale destacar que o Miitomo (Android e iOS) e o Super Mario Run (iOS), jogos de celulares, já possuem tradução oficial em português brasileiro. Apesar de ser apps bem simples, já vale (considerando que Mario nunca possuiu muito texto e mesmo assim não tem tradução...).
Bem, é isso. Como disse no começo, esse artigo encerra a trilogia principal desta série, mas planejo comentar sobre a febre Pokémon, os desenhos, as revistas, entre outros produtos da Nintendo que já tivemos no Brasil em outros artigos. Realmente espero que tenham gostado e... Divulguem, creio que seja o tipo de material útil para quem também possui interesse por esses dados sobre a Nintendo no mercado Nacional. E claro, que a Nintendo volte logo. BYE!
Em uma série de entrevistas feitas pela Nintendo World ao Bill van Zyll na época, ele disse que a saída da Nintendo obviamente não seria definitiva, mas não havia qualquer data prevista para o retorno da Big N pra cá. Segundo ele, possivelmente a Nintendo iria tentar voltar através da Video Latinoamérica, essa que atualmente distribui os produtos Nintendo no resto da América Latina, e que tinha a Gaming como um “braço” no Brasil. O que sobrava eram os consoles importados pela Gaming nas lojas, até os estoques acabarem. Ah, e ele também havia prometido eShop brasileira no Wii U. Vale destacar que na versão original deste artigo (num trecho de rage) eu ironizei falando isso:
"E a droga da eShop do Wii U, cadê?! Bem, segundo Bill van Zill, estão tentando trazer a eShop do Wii U o mais rápido possível (sim, eu me segurei pra não rir quando li isso) e que, mesmo sem a distribuição física dos jogos exclusivos, UM DIA, em um futuro distante, provavelmente depois do lançamento de Kingdom Hearts III e The Last Guardian, teremos os jogos de forma oficial, mas só via online. Do jeito que tá indo sai o sucessor do Wii U e a eShop não sai."
Eu e minha língua (sai logo KH3).
Ah, e nem me peçam pra que eu poste essa parte de rage, é horrível, além de que minha visão até mesmo politica mudou bastante desde aquela época. O que dá pra resumir bem daquilo, e que não mudou muito, é que penso que ela usou apenas uma desculpa que a Sony também usou pra meter 4 mil no preço do PS4 naquela época, e jogar toda a culpa na crise não era argumento pra dar no pé, ou seja, foi muito mais por fatores deles do que nossos. Na época também houve muita "dózinha" dela, sendo que a maioria tinha esquecido da tonelada de vacilos que ela tava cometendo, não só no Brasil, e aproveitaram a febre do Mario no McLanche Feliz (a maioria lembra como foi da primeira vez) pra matar o que restava nos estoques dela com saudosistas e dar tchau sem um beijinho de despedida.
Como sabemos, daqui poucos meses vem o sucessor do Wii U, o Switch (até poucos dias atrás conhecido como NX) e ainda nada dela ter voltado, e as perguntas de quando vai ser isso voltaram a tona. Praticamente a única informação que tivemos foi do Reggie Fils-Aime após o evento de apresentação do Switch, que disse que o preço e a data de lançamento do console na América Latina será em breve. O problema seria saber se o Brasil estaria no "América Latina", já que não possui mais representantes. O que sabemos é que houve contatos recentes da Nintendo com estudos brasileiros de dublagem, ou seja, ela está ao menos cogitando lançar jogos dublados em PT-BR (chutaria logo o Breath of the Wild, agora que Zelda terá dublagem). Ah, vale destacar que o Miitomo (Android e iOS) e o Super Mario Run (iOS), jogos de celulares, já possuem tradução oficial em português brasileiro. Apesar de ser apps bem simples, já vale (considerando que Mario nunca possuiu muito texto e mesmo assim não tem tradução...).
Bem, é isso. Como disse no começo, esse artigo encerra a trilogia principal desta série, mas planejo comentar sobre a febre Pokémon, os desenhos, as revistas, entre outros produtos da Nintendo que já tivemos no Brasil em outros artigos. Realmente espero que tenham gostado e... Divulguem, creio que seja o tipo de material útil para quem também possui interesse por esses dados sobre a Nintendo no mercado Nacional. E claro, que a Nintendo volte logo. BYE!
"Esse foi o primeiro console da Nintendo a ser traduzido totalmente para o português (tanto no Brasil quanto em Portugal), já que até então o menu dos consoles ainda era todo em inglês."
ResponderExcluirO Gamecube lançado pela Gradiente já tinha os menus em Português.